Segundo o presidente do Pró-Sinos, nível do rio é o mais baixo em sete anos.
Há sete anos o Rio dos Sinos não estava tão baixo em Novo Hamburgo. Nesta semana, a marca mais baixa foi registrada terça-feira, com 2,32 metros do fundo até a superfície, na base de captação de água bruta da Comusa. A situação só havia ficado pior em novembro de 2004, quando o rio chegava a 2,20 metros. O diretor-geral da autarquia, Mozar Dietrich, diz que o serviço está em alerta, pois a situação deve piorar com a falta de chuva. Também há forte risco de mortandade de peixes em função da baixa oxigenação. A MetSul Meteorologia confirma que chuva considerável só deve ocorrer no ano que vem.
Ontem, o nível do Sinos chegou a 2,45. O presidente do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos), o prefeito Ary Vanazzi, classifica a situação como dramática. Ontem, ele participou de reunião emergencial com representantes de Secretarias de Meio Ambiente das cidades que fazem parte da entidade. O encontro serviu para decidir quais ações práticas e rápidas serão tomadas nos próximos dias para tentar evitar mais uma mortandade de peixes e para não deixar o nível diminuir mais ainda. A orientação é que todos colaborem, fazendo uso racional da água, sem desperdiçar lavando carros, calçadas e molhando gramados.
Previsão do tempo preocupante
A previsão do tempo é pessimista. De acordo com o meteorologista da MetSul Eugenio Hackbart, não existe expectativa de chuva significativa para os meses de dezembro e janeiro. “Estiagem não significa que não teremos chuva. Poderá haver algumas pancadas, mas nada que ajude o Rio dos Sinos’’, ressaltou. De acordo com o histórico meteorológico, em 2005 o Rio Grande do Sul ficou 75 dias entre os meses de novembro, dezembro e janeiro sem chuva. Já este ano, a última vez que choveu consideravelmente, de acordo com Hackbart, foi no dia 26 de outubro, ou seja, há cerca de 30 dias.
Para ele, 30 milímetros de chuva esperados pelo Pró-Sinos como significativos para melhorar o cenário do Rio dos Sinos serão insuficientes, principalmente para dar volume e correnteza. “Para que o rio volte ao normal, será necessário chover entre 80 e 100 milímetros e não há perspectiva disso para os próximos meses. Assim como também não há previsão de chuva até para a metade da próxima semana e, se chover, servirá apenas para molhar uma grama ou uma horta. A previsão não é nada animadora.’’
Arrozeiros monitorados pelo ar
De acordo com diretor-executivo do Pró-Sinos, Julio Dorneles, apenas 40% da água do Rio dos Sinos é usada por Semae, Corsan, Comusa e indústrias. Os 60% restantes são retirados pelas bombas de captação dos arrozeiros, que usam a água para irrigar as plantações. Esse seria um dos principais motivos para o baixo nível do rio. Foi essa a conclusão que chegou ontem a reunião emergencial. Por isso, entre as ações, três envolvem as plantações de arroz na região, entre elas a fiscalização aérea, por meio de um helicóptero, para monitorar a quantidade de água que está sendo usada nas irrigações.
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Jornal VS.
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Igor H. Mello (@_igormello)
@ClickSaoLeo
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