Cinema – Filme “Somos tão jovens” começa a ser gravado no segundo semestre

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A adolescência de Renato Russo, período no qual compôs hits como “Geração Coca-Cola”e “Que país é este?”, será tema do filme “Somos tão jovens”, de Antonio Carlos da Fontoura. A produção terá como protagonista o ator Thiago Mendonça, que interpretou o sertanejo Luciano em “Dois filhos de Francisco”(2004).

 

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“O filme mostrará como o Renato Manfredini Júnior, um moleque de Brasília que lia Shakespeare em inglês e sonhava com o estrelato, se transformou em Renato Russo”, sintetiza o cineasta, autor de longas como “Copacabana me engana”(1968) e “Gatão de meia idade” (2006).


Segundo o diretor, um dos pontos altos do filme será o período em que o cantor e compositor sofreu de uma doença óssea rara, a epifisiólise. “Ele tinha apenas 15 anos e era obrigado a ficar em casa, se tratando com morfina. Mas foi nessa reclusão forçada que começou a armar seu plano: se tornar o maior roqueiro do Brasil”, relata Fontoura. “Renato soltava a imaginação, escrevia diários com letras, e reportagens fictícias no qual relatava seu encontro com David Bowie e uma briga com Mick Jagger. Também foi nesse período que ele começou a colecionar vinis e entrou em contato com o punk”.


No roteiro, ainda em tratamento, o diretor pretende documentar a cena roqueira de Brasília nos anos 80, falando não apenas sobre a Legião Urbana e o Aborto Elétrico, as bandas de Russo.
“A formação do Capital Inicial também será registrada, bem como a de outros grupos importantes dessa época, como os Paralamas do Sucesso”, explica. “O Renato também teve sua fase de saco cheio de bandas, e saiu em carreira solo como ‘Trovador solitário’. Foi nesse momento que compôs músicas mais longas, como ‘Eduardo e Mônica’ e ‘Faroeste caboclo’”.

                       

                                 


Participações afetivas


A família Manfredini tem tido envolvimento direto no projeto. Carmem, a irmã de Russo, foi uma das principais incentivadoras da realização do filme. “Ela colaborou bastante na pesquisa. Forneceu dados sobre a infância do Renato, abriu o álbum de fotografias e seu baú de histórias”.


No entanto, segundo o diretor, foi a mãe do cantor, Maria do Carmo, quem deu uma das contribuições definitivas. “O nome original do filme era ‘Religião urbana’. Era uma referência à essa adoração quase sagrada que os fãs tem pela banda”, explica Fontoura. “Mas aí a Dona Carminha me chamou pra conversar e disse que o filho deveria estar se revirando no caixão com esse título. Ela contou que o Renato odiava essa veneração meio religiosa, dizia que não tinha vocação pra padre, nem pastor”.


“Somos tão jovens” foi nome sugerido pela matriarca Manfredini e acatado de imediato pelo diretor.
Quem também participa da produção é o filho de russo, Giuliano Manfredini, de 21 anos. Produtor musical, o rapaz está selecionando bandas para se apresentar na trama. “Vou filmar vários musicais, ao todo serão 19 faixas espalhadas em cenas”, adianta o diretor.


Na lista das “participações afetivas” estão ainda os filhos do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baterista Marcelo Bonfá, que interpretarão os pais na adolescência, quando conheceram o líder da Legião Urbana. “Essa escalação é uma homenagem aos dois. Foi uma boa maneira de liga-los ao projeto, que inclui todas as pessoas que o Renato amava”.

 

Via G1

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Evelise Schenatto (@eveschenatto )
@Click_SaoLeo

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